sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Confecção


Por muita delicadeza,
Nasci poeta.
Mãos, olhos e alma deslumbradas...
Contemplo noites enluaradas!
Tenho a ternura e um furacão (Que dão as mãos)
Caminham comigo pela estrada...

Se algo me dói,
Choro em verso meus moinhos
Eles calçam a estrada que chamo de caminho...
Mas...O que me fala essa folha em branco
Essas rimas soltas? Essas letras...
O que elas sabem do bater do coração?...

Esse coração que só sabe ser
E desajeitadamente tenta...
Não se arrebentar...bater, sem machucar!
Ha! alma de menina que tateia
E costura a carne de sua própria sorte 
às vezes erra o viés e faz um corte...#





domingo, 16 de agosto de 2015

Desfolhar


O fragmento do fragmento:
Despedaço-me.
Despetalo  pouco a pouco
E no silêncio encontro o ponto
Pra outonar minha primavera
Veja, quanta quimera
Ser tantas estações num único lugar...

Rego a alma com o sal de um choro
Um alívio, um colo, consolo
Tão terno e  particular!
E cada milagre  faz mais sarar...
Por isso, te conto um segredo:
O mundo não consegue arranhar minha fé
Sigo remando contra a maré...

E por ver o vento manso que percorre
os céus cinzentos de uma tempestade
Aprendi a quietar na poesia
E, em meio à forte ventania
Permanecer com a alma em paz...
Porque sou, sobretudo
espelho de meus ideais!... #

sábado, 8 de agosto de 2015

Poesia




Pacto com a lua
Feiticeira, mestiça!
Lunática, esquisita
Sempre a questionar a ordem...

Fragmentada, anacrônica
Desregulada  e sutil
Imperiosa e febril
Calor de sol!

E ai de quem questione
E tente regular o alfabeto
Ela não respeita o concreto:

Um brinde, poesia!